Salve galera, beleza? 

 

Hoje vamos falar um pouco sobre os Commanders pré construídos de Senhor dos Anéis, que tiveram suas listas anunciadas esse mês. 

Lembrando que nesse artigo estarei dando uma opinião pessoal sobre esse produto com uma visão geral de um jogador de Commander, mas que vai servir de complemento para o nosso próximo texto onde iremos falar um pouco melhor sobre a efetividade das cartas dentro do formato separadamente. 

 

Então sem muita enrolação podemos começar afirmando que desde de muitos anos o Commander tem sido a porta de entrada para muitos jogadores casuais começarem no nosso joguinho de forma física, e um dos empecilhos que o diferenciam do Arena é que ao contrário do jogo online que é “play to Earn”, onde você pode gratuitamente conseguir seus cards através de grind e pagar apenas para acelerar o seu progresso, o jogo físico se distancia dessa facilidade, já que você precisa adquirir os cards físicos que deseja utilizar na montagem do seu baralho. 

Por conta de toda a demanda e crescimento do formato como um todo, a nossa nave mãe passou a criar produtos destinados a esses jogadores, sendo o principal deles os Decks Pré construídos de Commander. 

 

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Conforme o tempo passou, é nítido dizer que uma fórmula vem sendo aperfeiçoada para criar um produto justo, compatível ao bolso de um jogador que não busca ser competitivo, e uma lista aceitavelmente jogável. 

Nessa linha do tempo podemos ver em 2015 alguns decks que não se saíram tão bem como o esperado, como por exemplo o “Wade into Battle” onde a Comandante Kalemne, Disciple of Iroas não conversava tão bem com o deck que fora montado pra ela. E em compensação, nos Commanders de 2017 a história foi outra, indo de um pólo a outro tão rápido que até hoje ainda é discutível se algum deck pré construído já chegou aos pés deles, trazendo não só um conceito tribal com muita liga como também comandantes poderosíssimos com uma habilidade que demorou 6 anos para ser reimpressa. 

A verdade é que entre esses erros e acertos, por mais questionáveis que sejam, a Wizards tem entregue decks cada vez melhores e mais bem pareados. 

 

Agora em 2022 tivemos um primeiro gosto de como seriam os decks provenientes do ambicioso “Universes Beyond”, um projeto que tem como objetivo trazer outros universos da cultura pop para dentro do Magic de forma mais inteiriça, e não apenas como já vinha sendo feito nos Secret Lairs.

Em novembro, com os quatro decks de Warhammer 40k sendo anunciados, muitos burburinhos à respeito do “futuro do Commander” começaram a surgir, e eu admito que de início, por mais fã que eu seja de WH40k, achei que tinha tudo para dar errado. E adivinhem: - Engano meu! 

Vou explicar. 

 

Quando colocamos na balança a junção de muitas coisas diferentes é difícil projetar como toda essa mistura vai resultar, principalmente quando estamos vivenciando um power creep crescente dentro do nosso jogo. Mas é certo dizer que especulações são um dos principais inimigos do Commandeiro que já vem tomando grandes golpes na carteira nos últimos tempos.

Dito isso, ouso dizer que a Wizards acertou em cheio na forma com que tem montado esses decks, e também conseguiu fazer com que novos jogadores sejam atraídos não pelo Magic, e sim pelo universo que ele já gosta sendo adaptado para as cartinhas, mas não acho que ele seja um produto destinado a quem quer jogar Commander, e sim quem quer jogar “Magic: Universes Beyond”. 

 

Acho que uma das características mais marcantes desde os decks de Warhammer e agora em LOTR tem sido o extremo cuidado em criar listas com muitas cartas exclusivas e reprints de cartas boas, além das artes extremamente condizentes com o universo que vem sendo explorado desde o Comandante até os terrenos básicos. 

Os jogadores de Magic que querem um produto de Commander para tirar cartas pra complementar seus outros decks, ou por quererem uma ou outra carta específica podem esperar e comprar as singles depois do lançamento, ou até mesmo esperar outros produtos pré-construídos atrelados as coleções que podem sair, mas não acho que valha a pena gastar com Universes Beyond. 

Por outro lado, o jogador que tem carinho especial pelo crossover, conhece as referências e vai admirar cada detalhe sem olhar os valores, sem pensar em upgrade, esse sim é o que eu recomendaria correr atrás desse produto. 

Acho engraçado que depois de tanto tempo ouvindo que “Commander não é magic, é quase um boardgame” eu tenho que concordar que uma das coisas mais legais que fiz foi comprar os quatro decks de WH40k, reunir meus amigos numa mesa temática e ter partidas que realmente parecem um Wargame de Magic. 

Esse também é um ponto que acho super necessário exaltar, que é o nível de pareamento entre os 4 decks, permitindo partidas super equilibradas onde ninguém precisa se preocupar entre alguém sobrepondo o outro partida sob partida. 

Enfim. Depois de muito enrolar aqui, concluo que acho que finalmente estamos tendo um ótimo produto em mãos que vai atrair muita gente não para o magic, e sim para conhecer a experiência que magic pode oferecer com o universo que você já tem um carinho. 

Se fosse para dar um conselho, compre os decks, não faça alterações e crie ambientes de jogo temáticos para utilizá-los. É quase como ter um outro jogo disponível na sua estante. 

Peço desculpas por ter me prolongado nessa introdução, então agora vamos olhar mais de perto as listas e falar um pouco delas. 

 

● RIDERS OF ROHAN (vermelho, branco e azul)

 

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Começando pelo nosso deck Jeskai, o Riders of Rohan traz Eowyn, Donzela do Escudo como Comandante e Aragorn, Rei de Gondor como Sub Comandante. 

A lista é um beatdown tribal de humanos e conta com muitas cartas exclusivas que conversam muito bem com a proposta dos Comandantes. 

 

Nossa Éowyn não poderia ter sido melhor representada nesse deck, sendo nas histórias de Tolkien uma nobre filha de Éomund, esposa de Faramir e uma importante guerreira de Rohan. Já nas cartas é uma excelente fonte de criaturas que pode no mid / late game ameaçar a mesa com números e fornecer card advantage através de sua habilidade. 

Essa autossuficiência é muito importante em decks aggro já que costumam perder o gás depois de um certo momento do jogo, o que aqui pode ser contornado com ela que pede que apenas um humano tenha sido jogado para que mais fichas sejam criadas com ímpeto e atropelar, habilitando os draws a partir do segundo turno que ela se encontrar na mesa. 

 

Já o Aragorn que aqui é representado já como Rei de Gondor, fato que acontece no ano 3019 da terceira era dos livros em sua coroação feita por Gandalf é um dos protagonistas da saga de filmes de LOTR como integrante da Sociedade do Anel. 

Nas suas habilidades ele também traz consigo card advantage em forma da habilidade de “monarca” mas acredito que ele não seja tão bom como Comandante e realmente brilhe dentro do deck como proposto, já que ele permite que suas criaturas não sejam bloqueadas e crie uma ofensiva muito efetiva no mid game se combinado a Éowyn. 

 

    

 

Alguns reprints que devem ser mencionados são dos Talismãs, Animosidade Compartilhada e Estandarte do Vitorioso, que são cartas que funcionam excepcionalmente bem com a proposta do tribal e tem um preço mais elevado. 

 

De modo geral esse foi um dos decks que mais gostei e acredito que ele possa agradar muito aos jogadores de aggro que vão se divertir muito com uma estratégia consistente, uma boa base de mana para um pré-con e uma Comandante muito ativa no jogo. 

 

● FOOD AND FELLOWSHIP (preto, verde e branco)

 

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Vamos agora para o deck Abzan que trouxe pra gente (como todos já esperavam) dois Partners que foram na saga cinematográfica os protagonistas da Sociedade do Anel: Sam e Frodo. 

 

  

Começando por Sam, Loyal Attendant, que aqui recebeu as cores Selesnya (GW) e uma habilidade de criar fichas de tesouro no início do seu combate e reduzindo seu custo de ativação em 1 mana incolor. 

Já Frodo, Adventurous Hobbit, como forma de complementar o efeito possui a habilidade desencadeada de que quando ele ataca ser “tentado pelo anel” caso você tenha ganho 3 ou mais pontos de vida nesse turno. Após isso, se você já foi tentado por mais de duas vezes no jogo também passará a comprar cartas na resolução do efeito. 

 

 

Como Comandante secundário tivemos Bilbo, Aniversariante que veio carregado de referências, como o fato de que no filme lançado em 2001 ele aparece completando 111 anos de idade, assim como é citado os 111 pontos de vida em seu efeito. Além disso, em 2003 Tolkien completaria 111 anos e recebeu uma homenagem dos fãs com um evento em São Paulo. 

Na sua carta Bilbo traz pra gente uma forma de potencializar ganho de vida, e uma habilidade capaz de finalizar o jogo trazendo do seu deck qualquer número de criaturas para o campo de batalha caso tenha cumprido seu requisito principal de ter 111 pontos de vida. 

 

A lista em si é focada em ganho de vida e produção de fichas, tendo muitas cartas que interagem com esses efeitos, mas com certeza é de todos os decks o mais lento, já que se apoia num jogo mais “arrastado” e carregado para o late game. 

Talvez, por questão de gosto pessoal eu preferisse utilizar o protagonista de “O hobbit” como meu Comandante ao invés dos Partners, tanto por conseguir melhorar o uso dos efeitos de ganho de vida como por também oferecer a chance de ter uma win condition bem definida no late game, mesmo que ela seja extremamente difícil. 

 

    

 

Os reprints que mais me chamaram a atenção nessa lista são sem sombra de dúvidas Diluvio Toxico, que ansiava por uma reaparição, Birds of Paradise que é staple na maioria dos decks de Commander, e Lanterna Cromatica que já tem dado as caras mais vezes nos últimos produtos da Wizards. 

 

De modo geral, acredito que esse seja um deck interessante para jogadores que gostam de jogos menos agressivos e jogam no modo “The sims”, criando o board para que a vantagem venha toda de uma vez quando menos se espera. 

Mesmo sendo o deck que menos gostei, ele possui muita coisa que torna a estratégia interessante e equilibrada se comparada aos demais decks da coleção. 

 

● ELVEN COUNCIL (verde e azul)

 

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No deck Simic temos o queridinho de todos os fãs de RPG, MTG e LOTR: O tribal de Elfos. 

 

  

Na Zona de Comando não poderia ser diferente, e recebemos Galadriel, Rainha Elfica que traz consigo um efeito de “Dilema do Conselho”, que é explorado fortemente dentro da lista do deck. 

Podendo buffar seu Portador do Anel ou comprar cartas, Galadriel acaba não sendo tão rápida quanto a estratégia é montada pra ser, que sinceramente é o que eu considero como ponto forte desse deck. 

Apesar de muito útil, acredito que seja mais interessante utilizar seu Comandante secundário, que veio como Gandalf, Viajante Rumo ao Oeste, que traz um efeito que faz com que você tire vantagem de cartas do seu oponente e aproveite melhor suas Instant e Sorcerys de custo mais alto. 

 

    

 

Seus reprints de destaque são Cancao do Cisne, um counter extremamente forte que tem tido uma alta de preço já faz um tempo, Intervencao Heroica que também é uma carta muito procurada dentro do Commander, e Asceticismo, um encantamento muito útil para decks baseados em criaturas.

 

Acredito que o ponto forte dessa lista é a forte interação entre a tribo escolhida, que sempre foi muito aclamada no Magic por possuir velocidade e eficiência para estratégias de Big Mana, aggro e tribal. Apesar da Galadriel ser uma boa Comandante, Gandalf ajuda a trazer um extra justamente para onde ela tem menos vantagens, deixando as duas frentes muito equilibradas. 

 

● THE HOSTS OF MORDOR (preto, vermelho e azul)

 

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Por fim, no commander Grixis temos o personagem que carrega o nome da trilogia principal de filmes: Sauron, Lord of the Rings. 

 

  

Ele é de todos os Comandantes o que exige mais mana em seu custo, sendo 8 no total, mas que devolve ao jogador um efeito muito forte e muito útil para o que é proposto. 

Em sua conjuração, o que garante que mesmo que ele seja anulado seu efeito ainda prossiga, ele faz com que você arregimente orcs 5 (vamos falar disso um pouco mais à frente), triture 5 cartas e devolva do seu cemitério para o campo uma carta de criatura à sua escolha. 

Além disso, quando um Comandante de um oponente morre, você ainda é tentado pelo anel, mostrando que remoções é realmente um ponto forte nesse deck. 

Ele é com certeza uma criatura muito forte que causa muita pressão quando cai na mesa, mas eu pessoalmente prefiro utilizar seu Sub Comandante que veio como Saruman, the White Hand, também muito carregado de referências bacanas, como o fato de criar Orcs que tem a Mão branca pintada em suas faces e escudos, uma referência sutil que reforça sua participação como antagonista na história. 

Em sua carta temos um efeito de arregimentar muito mais presente, desencadeando todas as vezes que você conjura uma mágica, além de ainda conceder aos seus Orcs e Goblins uma proteção através de ward. 

Como seu custo é baixo, é muito fácil com o Saruman criar exércitos com velocidade, ou uma criatura muito grande e de difícil remoção da mesa já no começo da partida, dando mais autossuficiência para o deck que no geral é uma grande Hydra com várias cabeças que quase não conversam entre si. 

 

    

 

Alguns reprints importantes são Reanimar, uma staple que sempre teve um valor elevado. Contradicao Arcana que vinha vendo uma alta de preço, e Monolito de Basalto, uma pedra de mana que também vê muito jogo no commander. 

 

Sobre o deck, apesar dele ser bem forte acredito que sem os Comandantes muito presentes ele é apenas um Grixis Goodstuff, cheio de cartas de muito impacto mas sem necessáriamente terem interações muito complexas ou combinações necessárias para funcionar. 

Com Saruman, cada carta ganha uma vantagem extra de poder gerar uma ameaça na mesa diminuindo a necessidade de gastar muitas cartas da sua mão para dar andamento ao jogo, fazendo com que uma carta de custo alto crie também uma ficha de orc muito grande que vai potencializar sua presença na partida. 

Sauron por sua vez entra na idéia de um big boss que tem um efeito bombástico mas muito mais cirúrgico, trazendo impacto na entrada mas sem fazer muito mais do que isso depois de já estar presente na mesa. 

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Enfim pessoal, esse foi o artigo de hoje, e espero que vocês tenham gostado. 

Apesar de não ser um grande entusiasta de Senhor do Anéis eu fiquei muito animado ao ver que novamente o Universes Beyond foi feito com carinho e muito cuidado para respeitar o universo que foi trazido ao nosso MTG.

 
Também acho que todas as listas estão muito pareadas e bem construídas dentro do possível, sem ignorar que ainda estamos falando de um deck pré construído. 

Muito obrigado de verdade a todos que leram até aqui. Obrigado também a Barão Geek que me ajuda muito a produzir um conteúdo de qualidade pra vocês, e comentem aí embaixo suas considerações e opiniões sobre esse produto. 

Um grande abraço e até a próxima!