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Sideboards – O método do Elefante
Preparando melhor sua lista para o torneio.
Por
07/10/2016 08:00 - 5.509 visualizações - 12 comentários
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Fala galera! Tudo tranquilo? Sou eu de novo com sua dose semanal de teorias sempre me baseando no modern pra falar aqui com vocês!
Como sempre:
Link para o artigo da semana passada:

Link para o último Sideboard:

 

Hoje vim conversar com vocês sobre um método de construção, não só de sideboards, mas também do deck total. Isso poderia estar em outra coluna (a Deckbuilding), mas achei melhor encaixar aqui para explicar o processo e a importância dele. Caso ainda existam dúvidas escrevam aqui pois, se necessário utilizarei o deckbuilding desse mês para complementar esse artigo!

 

Deixado todo o lero lero de lado, vamos começar!

 

O que é o método do elefante?
 

"Escrever uma lista ideal de cards para todos os match-ups do metagame esperado e fazer com que as cartas escolhidas totalizem 75 cards. Apenas depois decidir de fato quais são as cartas otimizadas  para estar no maindeck e as que serão as 15 específicas que ficarão no sideboard "

 

Esse é um método existe a um bom tempo, mas o responsável por populariza-lo foi o hall da, fama Zvi Mowshowitz, nesse artigo - [Aconselho que quem tenha tempo e interesse leia o artigo linkado. Ele não é o mais fácil de ser lido, é em inglês e o  Zvi Mowshowitz é muito teórico então acaba sendo uma bomba ler de uma vez só, porém será muito válido o aprendizado pois é uma aplicação prática do método do elefante.]

 

Para entender direito a dificuldade do método: Você está construindo uma lista ideal para cada match up, derivando seu main deck das 75 cartas ideias que você escolheu. Se a sua leitura do meta, suas escolhas de cards no processo criativo e as escolhas pro main deck forem corretos, seu deck parecerá invencível. Caso contrário, você será punido severamente. No caso prático do  Zvi Mowshowitz, ele leu um meta para um Pro Tour block (uma pool de cartas e opções bem pequena) e cometeu um erro, acreditando que os decks estariam um pouco mais devagares do que estavam. Conclusão: Ele não teve um bom campeonato, até chegou a fazer day 2, mas como ele mesmo descreveu: "Um fracasso, porém um aprendizado".

 

Usando o método do Elefante 

 

Primeiro Passo: Ler o metagame 


Toda base do método deriva de conhecer todas suas matchs a priori e todas porcentagens esperadas de encontrar cada match, o que já pode ser considerado muito complicado para um ambiente muito amplo. 

 

Segundo Passo: Testar configurações
 

Montar a lista perfeita para derrotar cada match. Decidido o deck que você quer utilizar, montar uma lista com 60 cartas para cada match up. Configurações diferentes para cada match up até chegar ao ponto você estar satisfeito com a match (geralmente sendo o favorável para vencê-la).
Em formatos com muitas cartas, como no modern, pode ser difícil montar todas as configurações possíveis, mas temos uma ideia das melhores cartas do formato a serem utilizados. 

 

Terceiro passo: definir as 75 cartas mais importantes
 

Depois de ter definido as 60 para cada match, escolher as 75 que deverão ser utilizadas para seu main deck de fato, lembre-se de utilizar os dados do metagame sobre quais decks aparecerão mais e portanto dê peso diferente as cartas. Em particular, acredito que essa seja a parte mais difícil do método, pois inevitavelmente precisaremos cortar algumas cartas para chegar em 75, dessa maneira você vai precisar ir afunilando a lista de opções. Caso acredite que não achou as 75 perfeitas ou não aprovou suas escolhas, volte para o passo 2.

 

Quarto Passo: Testes finais
 

Antes de um grande torneio é bom sempre testar sua lista novamente, e em caso não esteja operando da maneira correta voltar para o passo 1 (caso acredite que o problema foi a leitura do meta errado) ou pro passo 2 (caso escolha de cartas erradas).

 

Quando utilizar o método

 

Para utilizar o elefante existem alguns pré-requisitos:
 

- O primeiro e mais óbivo deles é conhecer o metagame perfeitamente.
- O segundo é possuir um deck com um core definido e robusto, com flex-slots para aplicar o método

elefante neles ( Edit: Acredito que não mencionei antes, mas se você for tentar fazer o elefante para criar um deck do zero, você vai demorar uma eternidade a ponto do metagame mudar enquanto você não terminou o passo 2. A ligamagic e o conselho nacional de saúde pedem: Por favor, preze sua expectativa de vida)

 

O lugar perfeito para aplicar o elefante é em decks do estilo midrange, onde possuímos geralmente um core "good-stuff" e alguns flex slots claros para podermos trabalhar. Decks aggros e combos, geralmente são não interativos e possuem todos seus slots já definidos, assim aplicar o elefante neles simplesmente não funciona. Os controles por outro lado, precisam de algumas armas obvias para sobreviver aos aggros do formato, impedindo que seus flex-slots sejam utilizados de maneira otimizada, mas ainda assim é possível aplicar o método aqui.

 

 

O lugar perfeito para utilizá-lo é no standard, pós Pro Tour, e após alguns GP's, o famoso mid-season (dica quente para você que vai jogar os PPTQ's !), onde os jogadores provavelmente estarão se baseando nas listas utilizadas no pro tour, logo o meta será o mais previsível. 

 

Já no modern, como o formato é eterno, é possível acompanhar bem a desenvoltura do meta e ir se preparando de acordo. A dificuldade de utilizar o método no modern são outros muito mais graves.
Priemeiramente, a quantidade de cartas é ridiculamente alta, então fazer as escolhas não será nem um pouco simples. Existe uma variação enorme de estratégias e arquétipos sendo algumas vezes impossível encontrar as benditas 75 cartas.  O metagame, apesar de ser estável em relação aos decks, é extremamente volátil em relação as porcentagens deles. Muitas vezes podemos ir a um campeonato esperando poucos Burns, porém encontramos vários no caminho.


Por fim, existem casos de derrota simples. Por exemplo, um Bgx no modern terá uma dificuldade enorme para vencer um Tron, assim como um tron terá muita dificuldade de vencer um infect ou um burn. E nem adianta querer tunar a match contra, pois muitas vezes teríamos que descaracterizar o deck.

 

 

Uma maneira de tentar trazer isso para o modern é encontrando cartas que conseguem funcionar de maneira otmizada contra uma gama enorme de decks. Pensando no caso dos Bgx, pensamos por exemplo em Inquisition of Kozilek, que apesar de não parecer, é uma carta geralmente útil em alguma instância contra qualquer match up. Outro bom exemplo é o Scavenging Ooze, que nos ajuda a ganhar alguma vida contra decks mais agressivos, trava estratégias de Snapcaster Mage, tenta dar uma amenizada contra Dreadge (ele é muito mana intensive para ser considerado um hate para tal), e ele também fica grande para ser um bom agressor contra outros midranges.
 

Então vemos que é possível sim ter como brigar com boa parte do field apesar de todas as dificuldades encontradas. 
 

Apesar do maior candidato para esse papel no modern ser o JUND seguido do Abzan midrange, eu acredito que possamos ainda ver surgir outro midrange que possa se beneficiar dessa estratégia de criação de deck/sideboard. Quem sabe, você leitor, não é quem vai pilotar esse deck para vencer um GP?

 

Keep it or mull it 
 

Na semana passada...

 

A mão escolhida realmente era muito pesada, apesar do dork para continuarmos o jogo. 
É Possível que se meu oponente começasse devagar, poderíamos vender o jogo, porém é muito arriscado. Nos games 2 e 3 teremos acesso a cartas que melhoram muito nossa match, mas não vejo motivos para arriscar keepar essa mão. 

 

Como um leitor disse :
 

"Posso dizer com certeza que isso é um mulligan. Alem de ser uma mão muito lenta contra um deck bem rapido, um Bolt on Bird te impede de jogar a sua Beast Within, e mesmo que vc consiga jogar o Beast Within, a besta vai te bater e o Dismember que eliminaria a Besta, tambem vai tirar a sua vida, coisa que vc não quer contra o Burn. "


- Inferrojado.

 

VEREDITO: Vamos mulligar!

 

Essa semana é a da maldade, a do coisa ruim. Então vamos jogar com esse deck horrível

 

Griselshoalbrand
 
07/10/2016
R$ 1.538,95
R$ 5.625,30
R$ 51.093,25
 
07/10/2016
Visualização:
Padrão
Cor
Custo
Raridade
Visual
Grid
CMC
Comprar Deck
Gerar Imagem
Criaturas (14)
4   Espírito-Guia Símio   1,49
2   Borborigmo Enfurecido      0,93
4   Griselbrand      32,02
4   Vorme Espinha do Mundo     26,99
Mágicas (27)
4   Pilhagem Infiel  1,85
1   Renascimento Pernicioso  13,27
4   Cardume Nutritivo    0,99
4   Manamorfose   17,10
2   Ritual Desesperado   2,00
4   Sussurro da Noite   3,99
4   Vingança de Goryo   49,00
4   Através da Brecha   6,56
Terrenos (19)
1   Catacumbas Verdejantes 88,75
2   Cripta de Sangue 51,95
4   Lamaçal Ensangüentado 80,75
2   Montanha 0,00
4   Pântano 0,00
2   Penhascos de Fenda Negra 14,00
4   Templo da Maleficência 0,75
60 cards total

Sideboard (15)
1   Boseiju, O Que Tudo Protege 65,00
3   Pacto de Negação  61,99
2   Inquisição de Kozilek  0,99
1   Machado Relampejante  0,20
2   Piroclasma   0,10
4   Lua Sangrenta   39,75
2   Tempestade Estilhaçadora    0,43

 

Antes de apresentar a mão, estou escolhendo esse deck pois essa semana estava atolado, mas jamais podemos parar de jogar magic, então decidi esse deck em que cerca de 10 minutos acabavam minhas matchs. A variância ferra muito esse deck, mas existem momentos em que você vence turno 1-2 e o oponente fica com cara de "Que aconteceu?"

 

Estamos num game 2 contra um RG tron. Já vencemos o game 1 e abrimos a seguinte mão: 

 

 

E aí keep it or mull it? 

 

Bom galera, foi isso para essa semana! 
 

Espero que tenham curtido, mandem suas críticas e sugestões!
 

Semana que vem volto com "dissecando o modern" ! 
Um abraço!  

 

Comentários
Ops! Você precisa estar logado para postar comentários.
(Quote)
- 09/10/2016 14:47:45
Eu daria Keep nessa mão, já da pra começar de faithless lothing, descartas os terrenos desnecessários e na pior das hipóteses recapitular o faithless no terceiro turno, esculpindo a mão pra combar em no máximo mais 2 turnos.
(Quote)
- 08/10/2016 11:27:52
Ótimo artigo como sempre, rapaz!

Em relação ao keep e mull, fico feliz, por ser um deck que estou tentando jogar com ele bastante ultimamente!

Eu mulligaria, procuraria pelo menos por uma parte do combo principal (through the breach, goryos ou grisel) e se tudo der certo um card draw também!

Mas com essa mão eu mulligaria, mesmo contra tron que é uma "good" match, pois tem a possibilidade dele fechar o tron no turno 3 e começar com karn!
(Quote)
- 08/10/2016 03:43:34
Esse deck está com os dias contados, baniram amulet bloom por bem menos.
(Quote)
- 08/10/2016 01:09:45
Famoso compro mais duas lands e concedo.
(Quote)
- 07/10/2016 13:28:34
Mulligan fácil.
Esse deck não precisa de muito fuel, então mulligar machuca pouco, e essa mão literalmente não faz absolutamente nada.
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