Olá! O Magic Arena cresceu muito nessa reta final de 2018, e veio não apenas para ficar nesse Ano Novo, mas para ser uma plataforma vital no Magic Competitivo. Só que, diferente do formato convencional com que estamos acostumados (melhor de três com sideboard), as partidas ranqueadas do Arena têm um foco muito grande no tal "Best of One" (BO1 ou em português, MD1). E a ausência de sideboard implica em escolhas, tanto de deckbuilding, como de decisões in-game, completamente diferenciadas, sobre as quais pretendo tratar no artigo de hoje.

 

 

Ter acesso a algum número de silver bullets que você normalmente não usaria nas suas 60 iniciais rouba partidas no MD1. Um dos decks sobre o qual cheguei a produzir conteúdo a respeito e tenho jogado bastante nas minhas partidas ranqueadas é o Golgari Undergrowth, e ele conta com algumas escolhas "ousadas" para pegar determinadas matchups no pulo:

 

 

Mais de uma vez, Plague Mare devastou meus oponentes que jogavam com GW Tokens ou de White Weenie e vindo com Adanto Vanguard. Nesse deck em particular, eu fazia "loops", sacrificando meu Plague Mare pro Izoni ou bloqueando, depois recursava-a com Memorial/Find e limpava a mesa de novo, geralmente tokens do Adanto ou fichas de um Saproling Migration reforçado no late game. Kraul Foragers já me ganhou mais de 10 de vida, tirando totalmente do range dos burns e Heroic Reinforcements dos Mono Reds e Boros. O Brontodon de Main Deck já matou Experimental Frenzy e Ixalan's Binding uma quantidade suficiente de vezes para justificar seu slot.

Existem os ainda mais ousados: eu sempre respeito o Settle the Wreckage dos White Weenie/Boros, já que é bem comum no MD1 os jogadores utilizarem o card como 1-of. Passa com uma ativação do Adanto aberta, você ataca com tudo loucamente, e uma partida que estava controlada rumo à vitória passa a ser uma amarga derrota para um card de que você poderia ter jogado em volta.

Menos difícil de jogar em volta, é claro, mas bom de se lembrar: Izzet Phoenix/Drakes costumeiramente usam Fiery Cannonade, e os Golgari Midrange também vêm com Ritual of Soot nas 60. Afinal, não dá pra depender só dos Wildgrowth Walker, ou de um sideboard, para levar a melhor no MD1, e os jogadores entram com as armas que podem para levar a melhor!

 

 

Essa é uma lista de Izzet Drakes, postada pelo usuário Xenorosth, no Reddit, e que ele utilizou por boa parte do tempo para atingir o ranking Mítico. De vez em quando, utilizo-a nas ranqueadas, e o acesso às Cannonades e Spell Pierce, bullets específicas para Aggro e Controle, respectivamente, fazem toda a diferença. Ainda mais nesse baralho, que com a ajuda de Chart a Course e Beacon Bolt, consegue dar uso descartando os cards que não são úteis numa determinada partida, embora eu sinta falta de um Blink of an Eye nessa lista, como out a um dos cards que mais têm me surpreendido na MD1, advinda dos controles.

 

 

A build de Jeskai Control acima foi postada pelo Lucas Caparroz, colega escritor aqui da Ligamagic, no final do ano passado, e também utilizada na jornada dele rumo ao Mítico. Apesar de termos somente como 1-of, Ixalan's Binding é um dos cards mais impactantes e poderosos no MD1, onde dificilmente os oponentes vão ter acesso a cards como Invoke the Divine, e ficam totalmente dependentes de respostas versáteis como Vivien Reidpara lidar com eles (e todos os Jeskais que enfrento vêm utilizando Negate no MD!).

Mão inicial "anti-zica"

 

Ainda não compreendemos a totalidade das consequências desse modelo novo para o Arena MD1: o programa compra duas mãos iniciais, e te dá uma com a melhor quantidade de terrenos de acordo com o seu deck, de modo a evitar zicas/floods. E o sistema de fato funciona: eu conto nos dedos a quantidade de vezes que não consegui jogar Magic por não ter terrenos, no máximo uma zica de cores que baralhos cheios de cantrips (UR) e explores (BG) conseguem corrigir em tempo hábil.

Todavia, o sistema abre brecha para ser explorado, e acredito que ainda estamos na pontinha do iceberg de possibilidades. Vi alguns jogadores tentando Mono Blue Tempo com 16 lands para comprar no máximo 3 por partida, e contando com uma mãozinha do Arena para keepar uma mão jogável com 7. Talvez outros baralhos tenham possibilidades reais de jogar dessa maneira, "adulterando" a mana base de um jeito que jamais conseguiriam fazer na vida real, e parece ser algo para os próximos episódios do MTG Arena.
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E quanto a vocês, leitores, o que têm achado das peculiaridades do formato MD1? Alguma estratégia em particular que gostariam de destacar? Quais cards se sobressaem nesse formato? E quanto à possibilidade de "adulterar" as mana bases explorando brechas do sistema, acham possível? Compartilhem suas opiniões nos comentários!

Abraços e até a próxima!