Terça falei dos spoilers de RNA e de várias cartas que me agradaram , mas vou confessar que não falei de uma, isso porque acho que ela merece um artigo próprio, não necessariamente porque seja a melhor carta da edição ou porque tenha um efeito complexo, mas porque pede um certo exercício de teoria que eu adoro. A carta é Drill Bit.
Eu amo usar descartes, o timing desse tipo de carta, a capacidade de furar o plano do oponente, ter jogado no Standard com Inquisicao de Kozilek e Capturar Pensamento foi uma dádiva e me ensinou muito sobre como usar esse recurso.
Mas vamos à nossa mágica, Drill Bit é um feitiço de três manas que faz um descarte que tem como única restrição não tirar terrenos, de resto, ele vai pronto para atacar tudo na mão do oponente. Por três manas temos um descarte ruim, não necessriamente por ser feito apenas no turno três, a princípio, mas pelo custo alto, te dando pouco tempo advantage. O ponto é o custo de Espetáculo, uma mana muda bem a coisa, é o custo dos melhores descartes e o custo que faz o oponente ter medo, porque usamos um mínimo de mana para quebrar o plano do oponente e muitas vezes interferir em mágicas de custo bem maior. Só que com Espetáculo precisamos causar dano, o que impossibilita, no Standard, fazer Drill Bit turno um, mas a minha pergunta é se realmente precisamos fazer o descarte no primeiro turno, porque se tirarmos essa questão, o descarte fica ótimo.
A velocidade do Standard varia muito, com Elfos de Llanowar o formato acelerou e considero que estamos em um formato ´que está acelerando ainda mais, apesar de não ser necessariamente um formato rápido. Quanto mais rápido o formato, mais eu preciso de um descarte rápido, exemplo disso é Modern, o que deixa decks justos como BG, Jund e Abzan existirem são os descartes nos primeiros turnos, que quebram a estratégia do oponente e te dão tempo para colocar seu jogo de card advantage, Basicamente, você PRECISA dar os descartes no turno 1 no Modern, porque seu oponente pode criar uma snowball já no turno 2. No Standard isso não acontece, mesmo os baralhso mais rápidos não saem tão na frente que você precisa urgentemente interagir logo no começo com a mão dele, então temos tempo de fazer algumas ações antes de usar o descarte.
Outro ponto é quando usar um descarte, não costumo jogar o descarte simplesmente por jogar, em qualquer turno. Usar seu descarte procurando por algo do oponente, ou simplesmente para abrir caminho para uma ameaça, são modos que me agradam bem mais. Se o ambiente não for rápido eu posso usar essa filosofia de usar o descarte apenas para prevenir uma ameaça/abrir espaço para concluir que posso segurar o descarte alguns turnos e depois fazer um "ataque teleguiado".
Ainda contra descarte no primeiro turno é que se o meu deck é de Espetáculo, é muito interessante eu fazer ameaças nos primeiros turnos, garantindo que usarei o custo de Espetáculo de todas as minhas cartas, então fazer alguém que faça o oponente sangrar é melhor que interagir com a maõ do adversário.
Com o que apresentei, eu vejo Drill Bit como um bom descarte para o Standard, inclusive sendo apresentado de maindeck, dependendo do ambiente, simplesmente no deck certo eu posso fazer pressão na mesa e depois fazer um descarte procurando a cólera na mão do oponente, ou mesmo cortando as ameaças dele, o ponto é, quanto mais eu conhecer o ambiente, mas "guiado" ficará meu descarte.
Para fechar, um update da lista, agora já usando o Drill Bit (ainda de side, mas quem sabe, né).