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Supletivo de Draft 1/3
Dicas para quem quer começar no Draft!
Por
25/02/2019 10:05 - 6.513 visualizações - 8 comentários
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Bom dia, pessoal!

 

Fiquei com a impressão de que poderia ter escrito melhor o artigo da semana passada. Tentei dizer algo como “para ganhar mais você precisa estar se divertindo” e talvez tenha sido entendido como “é mais importante se divertir do que competir”. Posso voltar a ele no futuro, mas de qualquer forma tudo bem e vamos ao próximo. Sou grato pela oportunidade de melhorar com os erros.

 

Para hoje recebi um pedido diferente. Alguns amigos irão jogar um draft no final de semana e pediram um supletivo. Bem, o que posso fazer é escrever o que sei sobre o assunto, e esperar que seja útil. Draft é um formato que adiciona duas camadas ao jogo de Magic: a seleção das cartas e a montagem do deck. Além disso, o power level mais baixo dos formatos limitados geralmente resulta em jogos mais disputados e conceitualmente mais simples, ao mesmo tempo que a adição do draft ao conjunto aumenta a complexidade. O resultado é que esse é meu formato favorito, e quando o Arena me possibilitou jogar repetidamente ganhando gemas para o próximo, joguei somente drafts por dias até completar todas as cartas da coleção. Gosto de colecionar. E também jogo draft na loja em todas as oportunidades que aparecem.

 

Vou dar uma visão pessoal para tentar trazer algo diferente, mas acredito que muitas ideias serão parecidas com as de outros jogadores, pois entendo que draft seja um formato conceitualmente bem resolvido. Deve ter dicas misturadas, que li em algum lugar, inventadas, ou que alguém me passou durante algum torneio. Ressalto que o texto reflete a minha opinião, e posso estar errado em diversos pontos. Sintam-se livres para discordar e comentar, e podemos analisar as melhores opções. Vou focar os exemplos em Lealdade em Ravnica, mas os conceitos valem para outros formatos (ao longo do texto, outros formatos se referem ao draft de outras edições). O texto final ficou longo, então a publicação será feita em três partes.

 

0. Limitado

 

Antes, alguns comentários para tentar tirar o foco dos formatos construídos. No limitado 99% dos jogos serão definidos por criaturas. O melhor caminho para a vitória é focar em board presence, mantendo o controle sobre a situação no campo de batalha. Não há nenhuma estratégia no limitado onde você possa ignorar as criaturas. Os jogos envolverão muitas criaturas sem habilidades brigando, e board wipes - cartas que destróem múltiplas criaturas - são raros. Já que criaturas ganham o jogo, você precisa jogar mais criaturas do que o oponente, ou criaturas maiores, ou ainda mais evasivas. E remoção para resolver as dele.

 

1. Bombas, bombas, bombas

 

Bombas não são essenciais para vencer, mas são o caminho mais simples e por isso devem ser priorizadas. São as ameaças com potencial para ganhar o jogo sozinhas, e que colocam o oponente numa posição em que é obrigado a responder. Tecnicamente podemos dizer isso de uma criatura 2/2 numa mesa vazia, mas ela pode ser resolvida por outra 2/2, então a dificuldade da resposta também conta nessa classificação. As edições têm diferentes pontos de inflexão (um tipo de ponto médio do poder e resistência das criaturas), onde se separam as criaturas pequenas das grandes, mas em geral fica em torno de 3 ou 4, e é menor para criaturas com voar.

 

Como o poder bruto é o que mais conta nessa categoria, geralmente são criaturas grandes e resilientes, ou permanentes com habilidades de impacto recorrente, mas eu ainda gosto do resumo como cartas do tipo “resolve ou recolhe”. Também é importante ser capaz de jogar a carta, então apesar de ser a primeira prioridade, não dá para pegar todas as bombas em todas as cores e todos os custos de mana - a menos que você tenha um bom deck de portões (xD).

 

Exemplos: Em geral raras e míticas têm as melhores habilidades, como Absolvicao Eterea e Anjo da Graca, mas também há outras como Colosso do Portao, Thrull Agarrador, ou Arynx Frenetico. Não se iluda com raras cheias de texto irrelevante como Lavinia, Renegada Azorius.

 

2. Remoções

 

A segunda categoria são as remoções. Se não posso pegar uma bomba, então minha prioridade passa a ser uma carta que responda à bomba do oponente. Aqui vale reforçar que ameaças são geralmente melhores que as respostas, por dois motivos: como muitas das bombas são criaturas, elas podem ser respondidas por outra criatura de tamanho apropriado, ou seja, uma ameaça também pode ser usada como resposta; e ter um plano proativo é mais seguro do que um reativo, especialmente nos formatos limitados. Enquanto as respostas precisam ser compatíveis com as ameaças, as ameaças são sempre úteis.

 

As respostas compatíveis com poucas ameaças são chamadas condicionais (só funcionam sob certas condições), e as melhores são as incondicionais. Não é necessário que a remoção atinja 100% das ameaças do formato para ser vista como incondicional, basta resolver a maioria. Nessa divisão importa o ponto de inflexão das criaturas do formato. Performance de Ponta sempre será incondicional; Marca em Brasa sempre será condicional; e Alfinetada nos Criticos depende da resistência média do formato, e para Lealdade considero incondicional.

 

Exemplos: Tudo que resolve uma criatura entra nessa categoria, então considere também Pancada Selvagem(condicional porque depende de uma criatura), Manipulacao em Massa, e Selamento do Mago Legista .

 

3. O resto

 

Ok, então se puder eu drafto uma bomba. Se não tem nenhuma no pack, pego uma remoção. E quando não tem nenhuma das duas? Chegamos no resto.

 

Se pudesse ter um deck com 23 bombas e 17 terrenos seria simples, mas a maioria das cartas disponíveis são comuns e não entram nessas duas categorias. A realidade do draft vem realmente à tona quando as escolhas tornam-se menos óbvias, já que a maioria do deck será composta por estas cartas.

 

Apesar da maioria das cartas estar nessa região, eu escolho não separá-las em categorias, como acontece nas duas primeiras. Faço isso porque a qualidade de cada carta é medida em uma escala diferente, e uma comparação geral  torna-se inconsistente. Por exemplo, uma carta pode ser eficiente, como o Malabarista de Laminas, ou evasiva, como o Cavaleiro-arbitro Azorius, e  essa comparação de bananas com laranjas terá resultado diferente dependendo da situação.

 

Nessa região queremos escolher a melhor carta possível dentre o que sobrou, mas a definição de “melhor” é relativa, então na próxima semana vamos explorar alguns critérios para ajudar.

 

Na semana que vem continuamos com a seção “Como avaliar as cartas”. Um abraço e até a próxima!

 
Comentários
Ops! Você precisa estar logado para postar comentários.
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- 04/03/2019 11:22:55

Que bom, hoje saiu a segunda parte do guia.

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- 03/03/2019 14:29:40
Ótimo. Preciso muito aprender sobre. Quero participar de draft aqui na minha cidade. E logo mais estou jogando draft na MTG Arena
(Quote)
- 02/03/2019 19:28:49

Obrigado, Diogo. Procurei usar exemplos de Lealdade, mas realmente os conceitos valem pra todos os drafts.

(Quote)
- 02/03/2019 17:14:16
Gostei bastante, principalmente por ser um artigo atemporal.
(Quote)
- 27/02/2019 11:10:39

Obrigado pelo retorno Jean!

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