O Modern foi lançado oficialmente como formato válido em tabletop em Agosto de 2011. Naquela época tínhamos Jace, o Escultor de Mentes junto com Mistico Litoforjador dominando o Standard e um cansado Extended dizendo adeus. Modern era realmente algo novo. A pool era muito grande e por mais que já tivesse sido testado online, era uma novidade gigante ainda.
O Modern começou com as seguintes cartas banidas:
Visao Ancestral
Florescencia Amarga
Mox de Cromo
Abismo Sombrio
Retorno Aterrorizante
Relance da Natureza
Trol de Tumulo Golgari
Hipergenese
Jace, o Escultor de Mentes
Lapso Mental
Valakut, o Pinaculo Derretido
Jitte de Umezawa
Espada do Humilde
Mistico Litoforjador
Pinca Craniana
Tampo de Adivinhacao do Sensei
Covil Antigo
Grande Fornalha
Assento do Sinodo
Arvore dos Contos
Camara de Sussurros
Até Dezembro do mesmo ano do lançamento ainda se juntariam ao grupo Cardume Flamejante, Posto das Nuvens, Zenite do Sol Verde, Preordenar, Ponderar, Rito da Chama, Nacatl Selvagem e Fogo Punidor.
Essa banlist foi baseada primeiro em cartas banidas no Extended e Standard e depois em alguns primeiros decks que surgiram e dominaram o formato, caso de Cardume Flamejante, Posto das Nuvens, Zenite do Sol Verde, Preordenar, Ponderar, Rito da Chama, Nacatl Selvagem e Fogo Punidor, graças a eles, Infect, Green Post, Storm, Twin, Blue Zoo e Jund foram grandes decks do começo do Modern, especialmente no primeiro Pro Tour Modern, realizado na Filadélfia do mesmo ano do lançamento do formato.
O formato foi um sucesso e ganhou uma comunidade fiel e que trabalhou muito para que ele se desenvolvesse, não a toa, o formato largou mão de ter dogmas e começou a discutir sua banlist, não apenas adicionando novas cartas quando necessário, mas também tirando cartas, mudando cada vez mais seu metagame. Das “banidas originais”, pensando em todas do primeiro ano, são válidas hoje Visao Ancestral, Florescencia Amarga, Jace, o Escultor de Mentes, Valakut, o Pinaculo Derretido, Espada do Humilde, Mistico Litoforjador, e Nacatl Selvagem. A única carta que saiu da banlist e depois voltou foi Trol de Tumulo Golgari, que saiu em 2015 e em 2017 voltou.
Trazer de volta cartas banidas é acima de tudo um amadurecimento de um formato que entender que o jogo muda e que pode evoluir, acima de tudo, que o seu metagame pode evoluir. O artigo de hoje é justamente para discutir uma dessas cartas, fazendo assim o passo a passo do exercício de análise de uma carta em um novo metagame. Fiz algo parecido no começo do ano com o artigo sobre Gemea Estilhacadora.
- Primeiro ataque: Teoria
Você não precisa testar se um cavalo consegue ficar em cima de uma árvore, um exercício lógico elimina essa opção, por mais exagerado que seja o exemplo, eu gosto dele para explicar porque é importante pelo menos sentar e pensar se aquela carta tem chance de funcionar. Quando penso, por exemplo, se Lapso Mental poderia ser desbanido eu lembro como foram seus dias de Legacy e o grande problema pode ser aplicado ao Modern, Lapso Mental não tem real peso de cor em um deck, e a melhor resposta para Lapso Mental é outro Lapso Mental, sendo assim, todos os decks começam a usar a carta, seja pelo seu efeito em outras mágica, seja para anulá-la. Engessar deckbuilding é um dos grandes problemas que leva ao banimento, logo, a mágica de mana phyrexiana não seria interessante livre. Mas vamos ao nosso objeto de estudo, Fogo Punidor.
A grande vantagem de Fogo Punidor é como ele sempre estará lá. É como o Assassino da Colher, ele não realmente vai machucar, mas seu processo eterno pode definir uma partida. Fogo Punidor é uma geração lenta de card advantage, ela pode ser mais forte versus aggros ou Planeswalkers, ou mais fraca quando visa os pontos de vida. É importante lembrar que uma carta que acompanha o Fogo é o Bosque dos Salgueiros Igneos, claro que você pode gerar vida de outra maneira, mas um terreno que gera vida e ainda a mana para voltar do cemitério, parece muito bom.
Basicamente temos uma engine de fácil splash e que acompanha um terreno, essa engine pode gerar card advantage - Aqui achamos o primeiro problema, se essa engine for muito boa, ela pode engessar deckbuildings. Pegue como exemplo o Astrolabio de Arcum, antes dele terrenos nevados jogavam pouco no Modern, mas com o artefato se tornou muito interessante ter uma carta que se paga em card advantage, te tira do lock de uma Lua Sangrenta e ainda ajuda com vários splashs. Astrolabio de Arcum e terrenos nevados se tornam a melhor opção, não tinha porque não usar esse kit e isso trava o deckbuilding. Fogo Punidor teria um problema parecido. Todo midrange começaria com 4 Fogo Punidor e alguma quantidade de Bosque dos Salgueiros Igneos.
- Segundo ataque: Prática
Mesmo Fogo Punidor não passando exatamente “limpo” pela parte teórica, eu fiquei pelo menos curioso de como seriam listas com a carta, como seria um ambiente em que essa engine fosse válida. Primeiro que adicionar esse terreno adicional ficou muito interessante em um mundo que existe Campo dos Mortos. É mais uma opção para o deck e inclusive são listas onde você pode encontrar tutores para terrenos.
Essas são algumas opções com essa engine. É importante notar que em nenhum momento eu realmente coloquei tudo nela e nem é o foco da estratégia, isso mostra a facilidade para colocar essas cartas em qualquer deck mais reativo. Em decks “pille”,, super recursivos, é fácil colocar o “combo” porque o terreno extra ajuda o Campo dos Mortos, em decks com o Jund, o fato de poder descartar o Fogo Punidor é uma chamada a mais. De fato, o que menos gostei da inclusão foi no Gruul, que é um deck mais agressivo e tem mais usos para o Raio, ainda sim, como parte de um plano mais midrange, fica bem interessante.
- E o Hate de Cemitério?
Modern é um formato com várias camadas de hate de cemitério, desde coisas simples como Cripta de Tormod, até outras mais trabalhadas, como Reliquia de Progenitus e Lodo Necrofago, e chegamos até Linha de Forca do Vacuo e Descanse em Paz. Tudo isso existe no formato e joga em diversas variações. Nada impediu Uro, Tita da Ira da Natureza jogasse, ou mesmo coisas como Comando Criptico com Santuario Mistico. Meu principal ponto é que já temos engines de cemitério com power level parecido rodando no formato e elas não deixam de ser fortes, de fato, quando falo de Santuario Mistico eu considero bem parecido, com Bosque dos Salgueiros Igneos na mesa fica bem difícil para o oponente dar alvo no Fogo Punidor, só os hates “mudadores de regra” é que realmente resolvem o problema.
- Conclusão
Lá no começo do texto eu destaquei a característica de um formato maduro que é discutir a sua banlist sempre e entender que o jogo muda a cada ano. A primeira vez que apareceram com essa discussão pra mim na minha stream (valeu, Larissa!), eu realmente achei intrigante a ideia de desbanir uma carta que não aparece desde 2011, quanto teria mudado o Modern até então?
A resposta é que ele mudou muito, na verdade evoluiu em power level de uma maneira que ninguém imaginava, um mundo com Wrenn e Seis, Uro, Tita da Ira da Natureza e Forca da Negacao está muito além do que um formato que já considerou Nacatl Selvagem um problema. No entanto, Fogo Punidor se encaixa ainda muito bem nesse formato, foi fácil colocar ele em vários decks e a engine parece simples demais de fazer, como eu ressaltei, decks com Campo dos Mortos usariam muito bem e ganharia mais um motor de card advantage em suas fileiras, aumentando ainda mais seu poder nesse formato. Sendo assim, eu manteria banido o Fogo Punidor.
Até mais!
Ruda

Na vdd a burguesia com seus lá 3 uros, teferinho,teferao,2 Jaces ,W&6, não querem ter vitórias roubadas pra um card útil como o Punishing , dói no ego ;
Fora a merda q modern horizons 2 vai fazer
Mas a argumentação do artigo é fraca. O argumento de que é fácil encaixar pfire e grove nos decks é o mesmo de Stoneforge e equips. E stoneforge foi liberada e não causou mal algum ao formato.
mana artefato e inviavel no formato dificil voltar