Olá galera, hoje desejo mostrar um novo ponto de vista, mas de uma forma diferente? Será fato ou fake aquilo que vemos em um grande torneio ou em um FNM?
Era uma vez em um lojinha em local não muito distante...
"Pô Molinari, lá vem esse início de novo?"
Desculpa, mas tem de ser assim. Não duvide da força das palavras!
Em um tempo não muito distante de nós, havia um jogador simples. Seu nome era João, como tantos outros. Ele não jogava bem e nem mal. Era mais ou menos. Ganhava e perdia. Tinha dias bem melhores e outros dias nem tanto.
Num dia qualquer, em um FNM, ele passou a observar os jogadores:
- "Nossa, aquele cara joga bem!”
- "Que jogada!"
- "Aquele carinha ali faz cada jogada!"
- "O deck do cara é demais, quanta jogada linda!"
Eram coisas assim que João pensava naquele dia. Ele tentava aprender assistindo e admirando os jogadores 'bons'. Às vezes ele aprendia algo novo. Às vezes ele se perdia. Às vezes nem entendia.
"O que isso tem a ver? O 'carinha' gosta de admirar. É pecado?"
Não. Mas se pudéssemos ouvir os seus pensamentos e pudéssemos responder, você iria ficar louco.
O João nesse dia se perguntou... Começou a pensar, tentar aprender com o que via. Ele tentava ao menos. Nesse dia ele foi mediano e saiu feliz, mas seguiu pensando sobre.
Chegou em casa, comeu algo, tomou um banho quente e se deitou. O Magic cansa.
O sono logo chegou... E dessa vez ele sonhou. E como sonhou.
... E o mundo dos sonhos veio... E nesse mundo ele estava sentado num tribunal.
O Juiz da loja, que estava de azul e preto e usava uma máscara estranha, perguntou ao João de forma direta em voz alta:
- PV joga muito? Responda. Sua vida depende de cada resposta.
João respondeu:
- Sim. É evidente. Em 2020 ele foi Campeão Mundial.
Seguiu-se o diálogo:
- O 'Renatinho' da loja, ele joga muito ou não?
- Não sei...
- Como não sabe? Ele faz grandes jogadas.
- Mas ele perdeu duas. Tinha um deck top! Mas perder não quer dizer não jogar bem.
- Muito bem. Você se considera um 'João bobo'? 'Saco de pancada'? 'Pato do FNM'? Fale.
- Sim. Acho que sim. Nunca ganhei nada da loja. Só cartinha...
- E o cara que ganhou o FNM? Você o viu jogar bem. Joga bem ou não? F-A-L-E a verdade. Vamos, diga logo.
- Não sei... Acho que sim. Sei lá.
- Como não sabe direito? É ou não é. Justifique.
- Ele ganhou o FNM, mas quando jogou contra mim, acho que deu sorte. Estava com um deck caro e top.
- Resposta está incompleta. Seja objetivo.
Todos no sonho o encaravam. Ele suava de nervoso. Não parecia mais estar na loja, mas numa espécie de tribunal. Todos cochichavam e olhavam pra ele.
- Ele me ganhou. Joga bem. Mas nosso jogo foi 2 a 1. Ele ganhou no final por conta de uma carta que veio nos 5 turnos finais. Eu joguei bem. Acho que era mais o deck dele, top, e deu sorte.
- Resposta justa. Seja sincero aqui senão será banido. Exilado. Fale sempre a verdade.
"Molinari, que loucura. Sonho doido. Que porcaria é essa?"
Não podemos sonhar com Magic? Não podemos nos questionar em sonhos? Muitos sonhos são avisos!
Ao continuar o diálogo, o Juiz falou com mais seriedade ainda:
- Farei um último questionamento: Você gosta do Alfredo como jogador?
- Sim.
- Ele joga bem mesmo?
- Sim. Ele joga bem, eu acho. Sempre vejo ele sair de situações difíceis mesmo com um deck mediano. Ele já ganhou alguns FNM. E quando está com um deck forte fica difícil ganhar dele.
- Ele treina?
- Que eu saiba, sim.
- Ele tem equipe?
- Sim. Ele e mais dois amigos da loja.
- Ele já te deu dicas?
- Sim. Uma delas é ler as cartas. Outra é ver como o metagame da loja e o metagame geral estão. Outra é tentar encontrar o meu estilo.
- Você já seguiu algum conselho dele?
- Acho que não...
- Ou é ou não? P%$$####! Seja honesto com você mesmo. Responda de novo.
- Não.
- Por que não?
- Não sei...
- Você sabe sim!
Nesse momento ele olhou ao redor e todos estavam rindo. Todos estavam apontando o dedo pra ele.
- Porque sou 'teimoso'.
- Muito bem. Como juiz te condeno em sua própria sentença: serás eternamente teimoso até aprender de fato.
Todos a sua volta, começaram a rir.
"Cruz credo Molinari!"
Lembre-se: é apenas um sonho.
João acordou assustado, mas voltou a dormir. Lembrou-se do sonho aos poucos ao longo dos dias seguintes.
Os dias foram passando e parecia que ele estava diferente. Ele não sabia o que era. Apenas se sentia diferente. No trabalho também estava diferente. Mais leve. Solto. O sonho assusta. O sonho muda.
Chegou no FNM, sentou-se de forma isolada. Revisou o deck. Trocou algumas cartas. Estava concentrado.
Ganhou do primeiro oponente. Não insistiu em erros anteriores.
Ganhou do segundo oponente de virada. Sentiu algo estranho. Certas atitudes ou jogadas que ele fez foram diferentes. Não foi mais do mesmo. O seu estilo estava mais leve, mais alegre.
Ganhou do terceiro oponente: partida dura. Era justamente contra o rapaz que ganhou o FNM na semana anterior.
Empatou na quarta rodada. Jogou o melhor que pode contra um oponente forte. Na quinta e última rodada, jogou sem ansiedade e nervosismo. Fez dois a zero. Ao final do FNM seu principal adversário, que havia empatado na rodada anterior com ele, havia empatado de novo. O que poderia acontecer?
Houve alguns minutos de pausa. Sabe como é, algumas partidas demoram. E como demoram.
O resultado veio. Ele ganhou o FNM naquele dia. G-A-N-H-O-U.
"Uau Molinari!"
Calma. Ainda não acabou!
Ao fim o dono da loja, espantado, perguntou como ele ganhou hoje:
- Ganhei porque deixei meu eu “velho” em casa. Não fui teimoso, eu acho. Tentei algo novo. Joguei sem compromisso, leve.
O dono da loja olhou com cara de espanto. Bateu uma selfie com ele e postou. João nem acreditava. Era pura alegria.
Nada acontece por acaso, ele pensou.
Um detalhe: o juiz naquele dia estava de azul e preto. Ele usou uma máscara para brincar com alguns amigos antes do FNM ali na loja. A máscara era meio assustadora, em homenagem ao mundo dos mortos, segundo o Juiz.
Um outro detalhe: o deck do João era azul e preto.
Estranho esse mundo não?
"Molinari. Agora gostei. Final feliz!"
Conto algumas outras histórias e reflexões no meu romance nerd, “Comportamento Aleatório”. Quem leu gostou e tem na Amazon e na Altabooks (aqui tem 3 capítulos free para ler em pdf). Até breve.
Obrigado galera e “vamo” que “vamo”.
Valeu. Temos de arriscar. No fnm joguei de izzet turns / control. Nunca joguei no fnm de control.. arrisquei. Fiquei em 3o. Teve um jogo que foram 4 epifanias consecutivas. Arrisquei. Ganhei so com o ave. Queria variar. Mas nao sou dejogar de control. Mas as vezes eh bom sair da zona de conforto. Abcao. Curto mais mid.
PS.: Meu comandante preferido é o Ezuri, Claw of Progress mas o deck é muito dependente dele. Resolvi trocar para Trasio (sem partner) na tentativa de fazer um deck mais competitivo.
Eu já fui professor, e sinceramente relevo pensamento de adolescente.
Tive uma aluna com dois filhos. Um dia numa conversa informal com a sala (coisa que eu odiava, afinal fui contratado pra ensinar e digamos que eu não sou exatamente um cara exemplar), nem lembro qual o tema, caiu no assunto de gravidez na adolescência e ela falou que os dois filhos são de pais diferentes, foram gravidez indesejada e que depois da primeira gravidez, ela não usou mais camisinha porque achou que não ia engravidar mais.
Perguntei se ela era filha única e ela disse que tinha mais dois irmãos e era filha do meio. A sala gargalhou e ela se afundou na cadeira de tanta vergonha da própria burrice.
Fico feliz pelos elogios. Quase choro.
Observo que quando tentei ler os 3 mosqueteiros na 1a vez me senti como lesse algo ruim. A falha nao estava em mim. A tradução era péssima. Quando li a tradução da Zahar me apaixonei pelo livro. Agora entendi porque ele é um classico eterno.
Eu persigo um classico em cada novo texto que escrevo, mas com meu estilo tentando novas abordagens. Tento. Tento. Tento ir sempre alem. Muitos escritores nao arriscam. Nao olham pro lado. Eu tento tocar as pessoas e trazer uma mensagem e um questionamento. Um dia chego lá. Ah ah ah
Muito obrigado.