Olá! Para o nosso artigo de hoje aqui na LigaMagic abordo um dos temas que sempre traz bastante polêmica, dividindo opiniões dentro da comunidade competitiva do jogo: uma conversa sobre os famigerados GUIAS DE SIDEBOARD, aquela "colinha" com as cartas que saem e as que entram em um deck contra os outros principais decks do metagame.

Existem vários posicionamentos nesse tão delicado assunto - desde os mais puristas, que acreditam que o Magic deveria ser jogado por "méritos próprios", sem "netdeck" e com os jogadores formulando os próprios planos até os produtores de conteúdo voltados para o competitivo/profissional que divulgam seus planos para a comunidade (por vezes até capitalizando nisso). De qualquer forma, gostando ou não, aderindo ou não, os guias de sideboard já são parte da cultura atual do nosso Magic competitivo.

A "resistência anti-mudança", "patrulha anti-netdeck" ou como quer que queiram chamar quem seja contra guias de sideboard por conservadorismo acaba sendo nada mais que um grupo barulhento quando essas discussões são trazidas à tona na internet - em um Magic competitivo completamente dinâmico, rápido e globalizado, onde os jogadores estão sempre atrás da tecnologia mais atualizada possível para correr atrás de suas vitórias, esse pensamento acaba sequer sendo digno de nota.

Tendo passado o mérito da questão "guia de sideboard - sim ou não?", dentro do próprio competitivo existe também uma parcela de profissionais que defendem que divulgar um guia de sideboard é algo improdutivo, tanto porque faz seu público ficar "preguiçoso", só seguindo um passo-a-passo ao invés de refletir nos motivos de entrar ou sair cada carta, tanto porque nuances das próprias listas dos adversários (mesmo dentro do mesmo arquétipo) e até fatores como quem começa/quem compra também influenciam nas cartas que são alteradas depois do primeiro jogo.

É inegável, entretanto, que ter acesso a bons planos de jogadores que estão ali sempre no grind fazem toda a diferença. Um guia de sideboard de um baralho que foi bem nas mãos do PVDDR, Kowalski ou Brad Nelson por vezes é aquela diferença entre conseguir colecionar vitórias para avançar de ranking e farmar nos eventos/torneios ou continuar colhendo resultados medíocres - principalmente quando tem algum "pulo do gato" envolvido, como planos de sideboard transformativos, mudar drasticamente a curva de mana para uma partida ou deixar de depender de uma carta-chave.

Onde traçar a linha, então? Vou compartilhar a minha experiência no assunto, tanto como alguém que elabora guias de sideboard para a comunidade como alguém que gosta de acompanhar o que os outros jogadores estão fazendo com suas listas - eu mesmo não acredito em guia de side como fórmula mágica para a vitória. 

Mas acredito que existem vários perfis de jogadores de Magic e ainda mais formas de cada um se relacionar com o jogo - nem todos vão ser jogadores ultra competitivos ou aspirantes a profissional, mas muitos querem se dar bem nos eventos construídos para farmar gold e recursos, atingir um ranking mítico na temporada ou se destacar em torneios a nível local.

Só que nem todos esses jogadores dispõem do tempo ou do interesse em buscar aquela evolução contínua que muitas vezes é pregada nos artigos sobre teoria de Magic (e que não deixa de estar errada para aqueles que realmente querem chegar ao nível seguinte), tendo o jogo como um hobby complementar às suas vidas, rotinas, famílias, trabalho, estudo (mesmo que a nível competitivo). E para esses jogadores, nesse ponto da curva "mais do que o casual, menos do que o profissional" o Guia de Sideboard vem perfeitamente a calhar.

E claro, não é necessário seguir cegamente as dicas dos guias, afinal, eliminar totalmente qualquer pensamento crítico nas razões de fazer as alterações pós-side é abrir mão de uma vantagem competitiva importante nos momentos onde aquela mudança não faz mais sentido - o metagame pode mudar, a forma que seu adversário sideia também, alguma carta em específico que seu plano ataca pode não estar no deck do oponente, e por aí vai.

Quando estou bem investido em um baralho ou formato, gosto de ver os planos de sideboard que outros jogadores eventualmente compartilham, para saber como estão fazendo seus planos com um determinado deck ou até mesmo se estão fazendo algo drasticamente diferente do que eu faço com algum deles. A própria comparação serve como estudo e uma forma de melhorar o próprio processo, podendo utilizar-se do melhor dos dois mundos: conveniência dos guias, com a própria experiência para saber quando não é necessário segui-los à risca.

E quanto a vocês, leitores, quais suas opiniões sobre os Guias de Sideboard? Utilizam bastante na sua rotina? Chegam a preparar guias para uso próprio? Ou não acreditam nisso e seguem seus próprios instintos? Compartilhem suas opiniões nos comentários!

Abraços e até a próxima!