Logo mais começaremos a celebração de 30 anos de Magic: the Gathering, e para dar início às festividades a WotC trouxe Dominaria United, a qual terá seu pré lançamento esta semana.

 

Como eu venho fazendo sempre, e dessa vez tão especial não seria diferente, trago-lhes meu artigo para desvendar o selado desta mais nova e incrível coleção. Vamos juntos entender essa mistura de cores que a coleção propõe (e a habilidade Dominar), ou reduzi-las para algo menos arriscado (deck de duas cores com Reforçar de outras, e curvas de mana), entender as pequenas propostas que temperam a coleção (como algumas combinações de defensores, Alistar,  e alguns fatores tribais), e concluir citando as Sagas. 

 

Lembrando que para conferir a galeria de cards, acesse este link, e para entender melhor as mecânicas da coleção, este link. 

 

 

● Dominaria unida na caixa de utilidades 

 

Acontece muito em selado de alguém abrir os pacotes em um pré lançamento e ter cartas incríveis em diferentes cores, porém montar um deck com mais de três delas nem sempre é uma opção viável (muitas vezes 3 cores já é bem arriscado). No draft então, a gente tem que ter uma estratégia muito boa para definir quais cards pegar, e correções de mana, pois dependemos do que está por vir ainda e nem sabemos as cartas que serão.

 

Por isso vou começar o artigo falando dos riscos e benefícios de seguir uma das propostas desta coleção, que é a de se jogar no multicolorido!

  

 

Supondo que no pré lançamento eu abri uma Shanna, Lamina Purificadora e um Rith, Primevo Libertado, duas cartas sem sinergia entre si, mas que por si só já são duas bombas míticas. Aí o restante das cartas também estão boas, menos as pretas, e eu estou tentando decidir entre fazer um deck com verde e branco + azul ou + vermelho… por que não todas as quatro cores?

 

Dominária Unida trás vários cards que nos ajudam a ter acesso a diferentes cores no mesmo deck, além da habilidade de Dominar, a qual nos garante efeitos mais fortes quanto mais tipos de terrenos básicos nós temos em campo.

 

  

 

Umas cópias de Afluente Derretido, por exemplo, já ajudam na minha decisão de usar verde e branco com vermelho e azul, ao invés de optar por apenas um dos dois últimos. E cards como Codice de Jodah se beneficiam desse terreno por já haver dois tipos nele: Ilha e Montanha, nisso se adicionam minhas Planícies e Florestas ao longo do deck, tenho um card extra todo turno pelo Códice pagando apenas 1 de mana. Incrível, não!? Seu deck se torna uma caixa de utilidades, com tudo que há de melhor em cada uma das cores escolhidas.

 

Com cards que corrigem os terrenos e encaixam bem na curva, como por exemplo uma Tabua Entalhada que entra com qualquer uma mana, e uma Exploracao Conjunta que acelera o jogo e prepara as compras, temos mais chances ainda de sucesso no conjunto das cores.

 

  

 

Aliás, pela sua neutralidade em cor, artefatos são ótimos para usar em decks com várias cores, como um Bibliotecario Automatico que entraria no turno 3, e assim como a Exploracao Conjunta, prepara compras mais úteis ao longo dos próximos turnos. Variedade de terrenos também são fundamentais para o deck dar certo, além do Afluente Derretido citado acima, que pertence a um ciclo de terrenos comuns (10 pares de manas), temos alguns raros espalhados pela edição, entre eles o Portal Thran, o qual ao entrar no campo corrige a cor que mais necessitamos, além de contar para o Dominar.

 

  

 

Essa habilidade é um dos fatores que ajudam na decisão de juntar todas as cores e terrenos diferentes. Ainda no exemplo desse meu deck de 4 cores, eu gostaria de ter muitos cards poderosos com Dominar, como uma Radha, Senhora da Guerra da Coalizao e uma Zar Ojanen, Descendente de Efrava, para tirar maior proveito da miscelânea.

 

  

 

Por fim, além de cards poderosos em diferentes cores, temos acesso também às melhores remoções: Um Interromper o Momento, estreando a palavra chave de atordoar,  garante turnos preciosos e um Golpe Relampejante pode finalizar oponentes ou eliminar de vez criaturas e planeswalkers inconvenientes.

 

  

 

Independente das combinações de cores, o importante é manter a curva constante e a mana corrigida. Turno 1 provavelmente será terreno entrando virado, passe, e a partir do turno 2 a engrenagem do jogo já deve ser iniciada, e esse é também um dos assuntos do próximo tópico.

 

 

● Menos cores, como decidir e construir

 

Como disse anteriormente, num draft é mais difícil montar decks com muitas cores, por outro lado se torna verdade que montar um deck de cor única é mais fácil. Mas e numa situação geral, para qualquer tipo de selado, se eu sinto que só duas cores são suficientes, mas ainda não decidi quais usar, como fazer?

 

Se eu estou, por exemplo, em dúvida de montar um branco e preto com cards que eu abri e gostei muito como a Elas il-Kor, Peregrina Sadica ou um branco e azul com o Raff, Defensor do Bons Ventos… como decido?

 

  

 

O bom de começar separando os cards multicoloridos é que eles indicam um dos arquétipos em que aquela combinação de cores jogaria melhor. A Elas il-Kor, Peregrina Sadica, e o branco e preto, se beneficiam do sacrifício de criaturas, enquanto o Raff, Defensor do Bons Ventos, e o branco e azul, quer que suas criaturas permaneçam em campo e que conjuramos muitas Instantâneas e Feitiços.

 

Aí eu chequei minhas cores e vi que o preto está muito melhor, mas também que o branco possui cartas incríveis de reforçar com outras cores como o Arcanjo da Ira e o Tiro Runico. Precisa usar vermelho e azul também? Não! Mas podemos nos beneficiar das manas.

 

  

 

Tratem o Reforçar como um bônus incrível, mas não algo fundamental para o deck. Aqui neste exemplo meu deck será preto e branco, mas eu tenho terrenos como Regioes Agrestes de Adarkar e Gruta dos Cristais, então eu adiciono os dois (e mais outros que eu tiver no deck), e assim tenho acesso a manas de outras cores para o meu Reforçar, mas que não seria algo que travaria o meu deck se esses terrenos não viessem para aquela partida.

 

  

 

Outro ponto do Reforçar é o seu uso conforme a curva de mana. E é muito importante ter consciência disso especialmente nesta coleção!

 

Dominaria United foca muito em cards de 2 manas, em quase todas as cores eles representam (falando só em criaturas) mais ou menos 20% dos cards, isso fora os outros tipos e ainda alguns cards de custo 1. Por isso, se o seu jogo não começar a fazer algo no turno 2, provavelmente você já estará em grande desvantagem ao longo da partida.

 

Dentre todas as cores, o preto é a que veio mais agressiva em termos de baixo custo para efeitos bons (e a única cor com 3 criaturas de custo 1 e que são muito boas para suas raridades). Então se formos jogar contra um deck preto, principalmente com poucas cores, cuidado redobrado! Ele não é necessariamente a cor mais forte da edição, mas é a mais fácil de se combinar com outras num deck de duas cores super agressivas!

 

Mas voltando a escolha do Reforçar/curva nesse meu deck exemplo branco e preto: Se eu abro a mão com uma Missionaria Phyrexiana e uma Atrocidade Balduviana, já garanto pelo menos cards ótimos para o turno 2 e 3. E se eles vierem posteriormente no jogo, eu conjuro eles reforçados (total 4 manas cada) e garanto o bônus de trazer alguém do cemitério para a mão ou ao campo, conforme cada card. 

 

  

 

Ou seja, na maioria das vezes o Reforçar será algo para turnos mais avançados, se naquele momento o card sem Reforçar é ótimo, use e coloque pressão logo cedo! Agora se o card em si será bom apenas com essa habilidade, conte como se ele fosse curvas acima ao construir o deck. 

 

 

 

Dominaria United ainda trouxe outros temperos para o formato selado: há um pequeno arquétipo de Defensores, para perfis não tão agressivos. Há a habilidade de Alistar, a qual dá um pouco mais de versatilidade nas decisões de ataque. E há os Lords tribais. Esses tipos de arquétipos funcionam melhor no Draft, pois podemos selecionar cards focados nisso, mas claro que no pré lançamento eles podem vir a serem úteis também. Por exemplo:

 

Juntemos goblins e elfos num deck vermelho e verde, e temos duas tribos trabalhando juntas para massacrar adversários.

 

 

  

 

  

 

 

Ou então alistar minha barreira phyrexiana Pilha de Praga para ter um Cavaleiro Celeste da Coalizao 5/2 voando sobre as defesas inimigas.

 

  

 

Pequenas combinações são sempre muito úteis durante o jogo também, pensem nelas ao montar os decks!

 

 

 

Se você não quis ler tudo isso que eu escrevi antes e pulou até aqui para ler o resumo final do que escrevi, você já está no clima das Sagas desta coleção. E por isso vou citá-las rapidamente.

 

  

 

Cada cor possui 2 sagas em diferentes raridades, representando um momento da história de Dominaria. A partir dessa Lore vieram habilidades que desencadeiam por capítulos, mas agora com Adiantar leitura a gente pode ir direto para a parte que interessa. Por duas manas na Fundacao da Terceira Via eu posso, assim que ele entra em campo, pular para o capítulo 3 e conjurar uma cópia de instantâneas e feitiços no meu cemitério. Na A Magica do Mundo eu não quero perder tanto tempo e acho que a partir do capítulo 2 já é suficiente, voilà! Rapidamente tenho 2 permanentes grandes na mão para colocar em campo no turno seguinte.

 

Assim como os temperos que citei no tópico anterior, esse é mais um deles que veio para testar nossa versatilidade. O que permitirá jogos bem distintos uns dos outros e respostas constantes a cada situação.

 

Essa inclusive é a conclusão que cheguei ao analisar essa coleção, ela pede muita versatilidade para lidar com os cards e combinações de habilidades e efeitos. Caso você sinta mais segurança, explore sair da “caixinha” e testar decks loucos com várias cores. Caso não, aposte em duas cores com toques de Reforçar e Domínio de outras (graças aos terrenos duais comuns).

 

E independente de como montar o deck, tenha um bom pré lançamento e boa comemoração de 30 anos de MTG! Quem de vocês joga desde o começo? Deixem nos comentários, eu jogo há 21 anos e é incrível como esse jogo permeia minha vida em vários momentos importantes dela.